2014 – Capítulo 1 “FELIZ DAQUELE QUE TEM A CORAGEM DE IR EM BUSCA DOS SEUS SONHOS”
Com 19 anos...
Eu havia acabado de voltar de Sorocaba (SP) e cheguei em Recife com algum dinheiro no bolso provenientes de meu antigo trampo como auxiliar de estoque numa empresa de vedação (Makita) e assim, aproveitei pra ficar uns meses tranquilos comigo mesmo, tempo que dediquei a ficar jogando e dando uns rolês. Belo investimento diga-se de passagem.
Foi mais ou menos aí que eu conheci o Iuri (Rodrigues Amorim) em um grupo do Facebook e não foi muito depois que produzimos o Choosing Paths II à distância – ele no Rio e eu em Recife. Nessa época eu já estava trabalhando no shopping Recife e havia iniciado o curso particular de Marketing na Faculdade Guararapes fazendo com que todo meu tempo fosse sugado por obrigações, responsabilidades e aulas chatas que eu não queria ter, sem falar no trampo ás vezes puxado pra dedéu (e eu ainda tinha uma equipe bacana e condições mais humanizadas) de modo que conhecer o Iuri foi fundamental para que eu pudesse relembrar sempre que lá fora havia mais...
LÁ FORA HAVIA MAIS
afinal, eu o conheci enquanto viajava o Brasil com o retorno que havia conseguido produzindo as trilhas sonoras de alguns jogos independentes (o cara é foda) Brasileiros e até gringos; De certa forma, sua viagem fora feita meio que por impulso e pelo mesmo desejo de ver mais, conhecer mais, viver mais, descobertas, experiências, relacionamentos, paisagens! Eu não ganhava muito e gastava boa parte em uma faculdade idiota... estava se tornando difícil eu me ver em um rolê onde eu realmente queria estar e depois de uma vida regrada, conservadora e religiosa que fazia de mim um ser aculturado, solto em muitos aspectos, “perdido” em outros.
ACULTURADO
eu não sentia que tinha algo a perder e mesmo sozinho no mundo eu sentia que era capaz de me virar, não perderia minha vida, seria capaz de achar o caminho de “casa”, voltar a pé e chegar em Recife qualquer dia de madrugada se necessário, eu me sentia preparado, inspirado, necessitado de buscar seja o que fosse que houvesse por trás do horizonte narrado pelo vasto mar.
Fazia algum tempo que eu não compunha e meu violão já estava no canto há muito tempo... E assim peguei ele e fui pro Rio de Janeiro.
Nunca vou esquecer do meu pai me deixando no aeroporto e nem do Iuri me buscando no Rio.